domingo, 9 de dezembro de 2012

Terreiros realizaram o 41º Festival de Iemanjá na Praia do Cruzeiro.

Decoração do andor com a Imagem de N. Sra. da Conceição, no Terreiro de Mãe Marina, na Sacramenta

 Veja o vídeo da TV Liberal clicando aqui.

Pelo direito à liberdade religiosa, a quem pertence o Festival de Iemanjá?
Uma polêmica se instalou em Belém nestes primeiros dias de dezembro de 2012, desde os últimos dias de novembro que o jornalista Amaury Silveira (repórter da Rede Brasil Amazônia de Comunicação – TV RBA, Rádio Clube do Pará e Diário do Pará) anunciava o cancelamento da realização do 41º Festival de Iemanjá. Os motivos do cancelamento, dizia Amaury, era a alegação do Coronel Itacy Domingues – apresentado pelo jornalista como “o organizador” do festival -, que não teria conseguido recursos financeiros para a organização do evento. Amaury Silveira também especulou sobre a realização de um 'encontrão' com evangélicos que, segundo ele, estariam preparando uma concentração no estacionamento da Praia Grande do Outeiro, ao mesmo tempo em que afirmava o cancelamento do festival,
Enquanto isso nem Itacy Domingues, e nem tampouco os demais dirigentes da Associação dos Amigos de Iemanjá, se manifestavam sobre o assunto, e até então não se tinha sequer uma notícia dos preparativos da festividade que, desde 1986, acontecia na Praia Grande do Outeiro na Ilha de Caratateua.
Iracema Oliveira, relações públicas da Associação dos Amigos de Iemanjá, prestigiou a saída do cortejo no bairro da Sacranenta.
A ameaça de quebra de uma festividade considerada como uma tradição dos Terreiros de Umbanda de Belém e que se realiza há mais de 40 anos, provocou revolta entre os membros das comunidades de terreiros que desde 1971 participam do festival, e dessa manifestação de desagravo começou uma intensa mobilização para manter viva a tradição e realizar o Festival de Iemanjá independente da decisão da direção dessa Associação que foi criada com objetivo específico da realização dessa festividade.
As comunidades tradicionais de matrizes africanas mantiveram a tradição e saíram em cortejo pelas ruas de Belém.

Para entender a questão precisamos saber um pouco da história do festival e de suas personagens.
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A origem do festival.
Não vamos dizer que a nossa idéia de realização do “Primeiro Festival de iemanjá”, no próximo 7, em Icoaraci, tenha percorrido caminhos muito fáceis para sua concretização. Dependeu de tempo, tivemos que lançar mão do princípio de unidades que já existe entre os terreiros, contamos com a colaboração espontânea da maioria, tivemos de enfrentar uma série de obstáculos que graças a Deus, estão sendo transpostos, devagarinho. Tudo isso estava previsto, até o começo de um desânimo ao perceber que, alguns não entenderam plenamente o nosso objetivo e, por não entenderem tentaram - sem conseguir - fazer a derrubada geral dos planos que continuam sendo seguidos na maior lisura possível. Coluna IVO SILVA NO EMBALO (Jornal “A Província do Pará, 5/6 de dezembro de 1971, segundo caderno, pg 03).

Na dissertação de mestrado “Uma rosa à Iemanjá” (Antropologia/ UFPA, 1999), o pesquisador João Simões entrevistou as lideranças de terreiros que iniciaram o festival, o que podemos entender de sua análise antropológica é que são vários os fundadores e várias as motivações. Quase todas as personagens são falecidas, mas deixaram o registro da origem do festival nessa pesquisa universitária, personalidades como João Guapindaia, que afirmou ter sido procurado pelo radialista Ivo Silva e que foi designado a autoridade religiosa responsável pelo primeiro festival, função que assumiu com a ajuda de “Pai Manoel da Jóia”, e Pai Euclides, que veio de São Luís especialmente para o primeiro festival.
É nessa pesquisa que Mãe Celina revela que naquela época ainda não era “Mãe de Santo”, mas que por ser filha de santo e amiga de Ivo, participou de toda a sua origem. Ela contou que o Festival foi fruto de uma promessa do seu amigo e radialista Ivo Silva (Rádio Marajoara), em agradecimento à uma graça alcançada - essa graça foi a cura da cegueira de seu filho mais velho, e a cura é atribuída à Iemanjá. Ela disse que Ivo a procurou para organizar a festividade e que dela chegou aos demais Pais e Mães de Santo fundadores. Mãe Lucimar acrescenta que depois Ivo foi pro Maranhão em meados de 1974, e foi então que o também radialista Paulo Ronaldo (Rádio Marajoara) passou a participar da organização do festival.
Por outro lado, Mãe Marina contou que já vazia seu ritual na praia do Cruzeiro alguns anos antes do primeiro festival, que ela fazia o ritual na praia para “Mamãe Oxum” e que um ano antes do primeiro festival (1970) ela teve uma “revelação”. Ela disse que no momento da oferenda pra Oxum, a sua “Ondina” (encantaria das águas) revelou à um de seus filhos que, mesmo que ela quisesse fazer o ritual sozinha, a partir daquele momento 'a estrela de Iemanjá iria fazer o ritual brilhar' e que pra isso ela seria obrigada a fazer em conjunto com outros terreiros. Para Mãe Marina, Ivo Silva (um leigo que quase nada conhecia das religiões afro-amazônicas) foi apenas um instrumento para a realização da vontade de Mamãe Oxum e das Encantarias das águas.
Comunidades Tradicionais de Terreiro ocuparam a Praia do Cruzeiro e fizeram o 41º Festival de Iemanjá acontecer.

Quando a celebração para Iemanjá, Oxum e às Encantarias das águas perdeu a importância para os diretores da AAI?
FESTIVAL IEMANJÁ ARRASTOU MILHARES DE PESSOAS À PRAIA.
* CONSTITUI-SE EM SUCESSO total o “Festival de Iemanjá”, na praia do Cruzeiro em Icoaraci reunindo 40 terreiros de umbanda de Belém no Pará (oficialmente inscritos). Os pais e mães de santos foram conduzidos em companhia dos filhos de cada terreiros, em 23 ônibus que foram colocados à disposição do colunista por MONTILA.
* TODOS SE DIRIGIRAM preparados com vestimenta própria da data. A caravana chegou em Icoaraci às 20 horas e 30 minutos aproximadamente. Tôda a orla da Baía estava já literalmente tomada por populares à maioria conduzindo a flôr(sic) (solicitada na campanha) para “deusa das águas”. A invasão do público à praia, o policiamento reduzido, diante do inexperado(sic) público que compareceo(sic) foram os motivos principais e tornaram impossível a execução do programa que estava preparado para a praia.
* CADA TERREIRO teve de fazer como pode sua parte de homenagem a “Iemanjá”. Alguns poderiam afastar-se da multidão que cercava e apertava os terreiros e escolherem lugares mais distantes para “firmar o ponto a deidade do mar”.
* TUDO, apesar dos imprevistos correu com normalidade na praia que recebeu iluminação especial oferida(sic) pelo fabricante de Coca-Cola em Belem, o grande patrocinador do encontro umbandista para festevar(sic) Iemanjá
* A SECRETARIA DE OBRAS sob a orientação de seu titular sr. Morais da AGÊNCIA de Icoaraci, ofereceu o melhor de seus esforços para que tudo estivesse preparado a contento. Uma equipe, sob seu comando trabalhou dia e noite para que a festa tivesse êxito assegurado”.
* A VILA DE ICOARACI foi pequena para conter o fluxo de carros particulares e taxis, além dos ônibus que levaram milhares de pessoas para assistir ao “PRIMEIRO FESTIVAL IEMANJA” do norte do Brasil”.
* AS BARCA(sic) com as oferendas começaram a largar a praia a exatamente à mei-noite(sic). Centenas de pessoas não resistiram e se alnçaram(sic) as águas pedindo graças a Iemanjá alguns com toda vestimenta do corpo”. 
* ONTEM a festa continuou em todos os terreiros de umbanda. era o inicio de Nossa Senhora da Conceição (Mamãe Oxum). Os terreiros participantes voltaram sem poder conter a alegria de ter participado da grande festa, o maior movimento umbandista.”Coluna IVO SILVA NO EMBALO (Jornal “A Província do Pará, 10 de dezembro de 1971, segundo caderno, pg 03)
Com o passar dos anos, e das décadas, e por ser, ano após ano, um fato amplamente noticiado pela imprensa paraense, o Festival de Iemanjá se tornou o ritual afro-amazônico de maior repercussão e visibilidade social em Belém do Pará.
Essa grandiosidade que a festividade alcançou está presente nos discursos desde a sua origem, parece que já nasceu com essa pré-destinação, e essa intenção nós podemos encontrar tanto no “mito fundador” através da 'revelação' da Encantaria de Mãe Marina, quanto no espaço alcançado na imprensa na divulgação (em agradecimento à graça alcançada) pelo jornalista Ivo Silva.
Em 1986 os organizadores do Festival criaram a A.A.I. - Associação dos Amigos de Iemanjá, uma organização social que tem como objetivo a organização do festival, e nessa organização tanto as lideranças de terreiros quanto jornalistas e autoridades constituídas sempre estiveram presentes, como se fosse um diálogo multicultural que tinha um interesse comum: a celebração religiosa na praia e em homenagem à Iemanjá, Oxum e às Encantarias das águas.
No início havia a crença e o interesse de criar a visibilidade e o impacto social ao culto `a Iemanjá – mesmo daqueles que não faziam parte das religiões afro-amazônicas -, e pra isso se juntaram nessa associação: 1. autoridades religiosas; 2. autoridades civis; e 3. jornalistas, e cada um desses grupos sociais atuavam em nome do interesse comum na afirmação das celebrações para Iemanjá. 
Cada comunidade levou suas oferendas para a entrega coletiva à nos primeiros minutos do dia 8 de dezembro.

Mas, e nos dias de hoje? Podemos ainda afirmar que há interesse comum?
Um dado importante para analisar a situação atual é a informação de que no núcleo administrativo da atual diretoria da AAI não há uma única autoridade religiosa, a associação é presidida pelo Coronel Itacy Domingues (policial da reserva) e o vice é Amaury Silveira (jornalista), e, segundo Mametu Kátia Hadad, há quase 10 anos que essa diretoria retirou a AAI da organização do festival para divulgar a organização criada pelo Cel. Itacy, a URCABEP, como promotora do festival.
A percepção da modificação da organização social promotora do evento pode tranqüilamente levar a outras especulações, dentre elas o possível descaso da atual diretoria com a memória do festival e de seus fundadores. A especulação que mais se ouvia na noite de 7 de dezembro na praia do Cruzeiro, em Icoaraci, era de que o coronel queria cancelar a festa apenas para se vingar porque não foi eleito vereador no pleito de 2012, e que ele achava que com o resultado da eleição ele havia sido traído pelos umabandistas.
Temos, numa das postagens do Amaury Silveira no Facebook, uma pista para a relação entre a derrota nas eleições e o cancelamento da realização do festival, Amaury afirmou na rede social que

No próximo dia 7, deveria ocorrer organizadamente, como ocorria desde 1971, o FESTIVAL DE IEMANJÁ, na Praia Grande do Outeiro.
Este ano, como venho postando aqui no Face, desde o final de Outubro, não teremos o evento. O organizador, Cel Itaci, alega a falta de recursos, pois gastou todo o seu dinheiro, na campanha política passada, quando foi candidato a vereador (e não ganhou).
Como ele bancava a maioria das despesas do seu bolso, e a Prefeitura em fim de Governo, fechou os cofres. assim como o Governo não viabilizou verbas, ele anunciou que não iria organizar a festa este ano.”
Se no início o festival era fruto do esforço coletivo, agora o Itacy é apresentado como “o organizador”, como se ele sozinho fosse o único responsável por todo o festival.
Assim como com a tentativa de cancelamento do festival, a desinformação que o vice-presidente da AAI, Amaury Silveira, promoveu nas redes sociais e em seu programa de rádio, podemos até especular que na atual diretoria não há mais o mesmo compromisso com a valoração positiva que demonstrava Ivo Silva, quando este afirmava que “tivemos de enfrentar uma série de obstáculos que graças a Deus, estão sendo transpostos, devagarinho.”. Importante salientar que nos primeiros anos da década de 1970 a imprensa que fazia parte da organização falava na primeira pessoa do plural e atribuia a outros atores a mesma importância para a sua organização, essa pluralidade expressa nos textos de Ivo se perdeu em algum lugar do passado. 
Terreiros das mais diversas nações ocuparam a praia com oferendas e homenagens.
Ao contrário da persistência coletiva do grupo que iniciou a tradição, nos dias de hoje a postura da diretoria foi personalista e de absoluto descaso com a organização do festival, e Amaury ainda divulgou nas redes sociais que “IEMANJÁ: Nos últimos anos, diversos evangélicos foram para a Praia Grande, no dia da festa de Iemanjá, mas foram rechaçados. Tentavam ridicularizar o evento, distribuindo folhetos etc. Dessa vez, sem organização, espero que nada ocorrte de errado.” (dia 4 de dezembro de 2012 – http://www.facebook.com/amaury.silveira.52), investiu no terrorismo midiático e continuou com postagens ameaçadoras ao dizer que “Evangélicos estariam programando para o mesmo dia 7, na mesma hora e no estacionamento da Praia Grande, um encontrão.” (via Twitter @amauryreporter às 2:15 PM - 1 Dez 12), e, disse mais, que “O estacionamento da Praia Grande é de frente p/ onde o Festival ocorre. Pode ocorrer algum desentendimento entre macumbeiros e evangélicos” (2:18 PM - 1 Dez 12), sugerindo que haveira conflitos físicos entre adeptos das duas religiões. Concluímos que o vice-presidente da organização que deveria promover o festival e o culto à Iemanjá, ao invés de usar seu poder de comunicador em razão do respeito à devoção à Iemanjá, tentou confundir os leigos, incitar a violência e criar o temor nas comunidades de terreiros que, caso insistissem em desobedecer a direção da AAI e insistir na realização do festival, deveriam se prevenir para possíveis conflitos por intolerância religiosa nas praias do Outeiro.

Os religiosos entoaram antos e danças em celebração às divindades das águas.
Os organizadores da festa quiseram ser, também, os donos das divindades!
É bem verdade que a população da zona metropolitana de Belém confunde os rituais que cada terreiro promove à Iemanjá com a realização do festival, afinal são 40 anos que essa festividade é divulgada na imprensa enquanto as manifestações isoladas de cada terreiro permanecem invisíveis para a imprensa local, e para o senso comum a divulgação do cancelamento do festival, por conseguinte, causou o entendimento do cancelamento de todos os rituais que os terreiros tivessem programado para a celebração às divindades que residem nas águas afro-amazônicas.
Se autoridades religiosas não fazem mais parte da diretoria da AAI, os interesses de seus diretores parecem ter se tornado apenas a promoção pessoal. E se o coronel Itacy não foi eleito vereador, pra ele parece que não faz diferença em realizar ou não realizar o festival, afinal ele não faz parte das comunidades de matrizes africanas e não recebeu a contra-partida que o mesmo esperava para continuar a promover o festival.
Amaury também parece ir no mesmo caminho, pois ao saber que haveria o festival mesmo sem a organização da diretoria da AAI, ele disse “Iemanjá: Soube que um grupo de umbandistas estariam se unindo para irem até o Outeiro, mesmo com recursos precários.” ( via Twitter às 2:19 PM - 1 Dez 12), e no dia 4 de dezembro acrescentou pelo Facebook que
IEMANJÁ: Preocupa-me o fato de que alguns umbandistas queiram individualmente irem para a praia, mesmo assim.
É que se trata de um evento de água e como tal, tem que ter segurança, principalmente os salva-vidas do Corpo de Bombeiros. Todos os anos, eles são acionados pela direção da festa.
Este ano, espero que o comandante entenda que de modo preventivo, encaminhe homens para essa missão. Com certeza vai gente da umbanda, lá, prestar sua oferenda.
Entendo também que seja necessário a presença da PM, para garantir a segurança, pois estão sendo anunciadas festas dançantes e grande movimentação em bares.
Soube também, que evangélicos estariam planejando um Encontrão para o estacionamento da praia. Isso pode causar entrevero com umbandistas.
Ontem a noite foi até a praia e, no espaço onde o Festival é apresentado, tem boa iluminação. Refletores que a Celpa deixou lá, instalados e que dá perfeita iluminação para o local. Menos mal.
Se tiver som. Uma imagem, mesmo pequena, um altar, Bombeiros e PM, dá pra realizar o evento. Também o transporte para os terreiros.”
Amaury quis demonstrar preocupação com a segurança dos umbandistas e do público que frequentava o festival, público que já chegou a 60 mil pessoas, mas parece mesmo é que os diretores do festival se acharam também com poder de 'donos' da religiosidade afro-amazônica, e que bastaria o presidente se utilizar dos programas de rádio de seu vice para anunciar a decisão de cancelamento e a partir daí todo o litoral da zona metropolitana de Belém estaria livre do culto à Iemanjá e à Oxum.
O recado dado pelo coronel e pelo jornalista parece bastante evidente, é como se eles dissessem “sem nós vocês não vão conseguir manter a tradição e a devoção aos deuses de vocês”.

Mametu Katia Hadad, filha de Mãe Nazaré Andrade (fundadora do festival) esteve na liderança da resistência do festival.
Da adversidade vivemos!
Com os recados vindos da imprensa, imediatamente os terreiros criaram uma rede solidária para garantir a realização do culto à Iemanjá nas praias da orla de Belém, e a manutenção do festival que lhe dá visibilidade social através do espaço na imprensa.
 Cada comunidade contribuiu com o que pode, inclusive com abertura de canais de acesso a outras emissoras de rádio e televisão. Foi assim que na terça-feira, dia 4 de dezembro, o Jornal “O Liberal” e o Jornal “Amazônia” publicaram a manifestação de desagrvo de Mametu Kátia Hadad aos diretores da AAI, e no mesmo dia o “Jornal da Noite”, da TV Cultura do Pará, exibiu matéria com diversas autoridades afro-religiosas afirmando que os rituais para Iemanjá não tem donos, e que o festival se realizaria mesmo sem a participação do Coronel Itacy.

A praia do Cruzeiro, em Icoaraci, ficou pequena com a quantidade de representações de terreiros e devotos de Iemanjá que compareceream para as homenagens.

Quando o conflitos entre os interesses pessoais do coronel Itacy e do jornalista Amaury Silveira ameaçaram a manutenção dos ritos à Iemanjá nas praias da orla de Belém, a informação foi recebida como uma ameaça a toda a liturgia afro-amazônica, e, por analogia, à liberdade de consciência religiosa, e o que testemunhamos na semana que antecedeu a realização do festival foi o 'levante' de insubordinação e insurreição dos terreiros. Um levante que teve a liderança das herdeiras das fundadoras do festival, mas que também teve a adesão de terreiros que nunca participaram desse festival e que se integraram nessa resistência em nome da luta política de afirmação de identidade religiosa de matrizes africanas na Amazônia, e em nome do direito à liberdade de culto.
O recado devolvido foi “se vocês acham que podem cancelar o culto (e a devoção) às divindades afro-amazônicas, lhe mostramos que vocês não nos fazem falta.”
  
Belém, 9 de dezembro de 2012

Táta Kinamboji (Arthur Leandro)
Sacerdote de Candomblé de Angola, Militante de Direitos Humanos e do Movimento Negro, Artista e Pesquisador.


A diretoria da AAI-Associação dos Amigos de Iemanjá é vitalícia e é composta por: 
Presidente: Itacy Domingues
Vice-Presidente: Amaury Silveira
1º Secretário: Bento Pires
2ª Secretária: Mãe Nazaré Andrade (falecida)
Diretora Social: Iracema Oliveira
Relações Públicas: Pai Reginaldo
1º Tesoureira: Mãe Marinete (falecida)


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