sábado, 31 de março de 2012

Seleção de bolsistas para o Projeto "Diálogos em cabana de caboco"

Samba do Marujo Basílio em fevereiro de 2009 - Mansu Nangetu. Foto de Táta Kinamboji/ Projeto Azuelar.
Informamos que até o dia 10 de abril estão abertas as inscrições para o processo seletivo de escolha de bolsistas para o Projeto de Extensão "Diálogos em Cabana de Caboco – Intercâmbi​o acadêmico e cultural com o Projeto Azuelar do Instituto Nangetu em Belém-PA", coordenado pelo Prof. João Simões da Faculdade de Ciências Sociais/ FACS-UFPA. Os interessados devem procurar o coordenador do projeto ou obter o edital de seleção na secretaria da FACS, mais informações pelo telefone 91-3201-8375.

Informações básicas

Requisitos para participação no processo seletivo:
Ser discente regularmente matriculado na UFPA nos cursos de graduação da grande área de filosofia, ciências humanas e sociais, ou de áreas afins, da Universidade Federal do Pará e estar cursando do 2º ao 8º semestre do seu Curso de Graduação em 2012. O candidato deverá dispor de 20h semanais para dedicação ao projeto, sendo obrigatório a disponibilidade para atuar no projeto nas sextas-feiras à noite (das 18 as 21h) e aos sábados à tarde (15 as 18h).
Período de inscrição: até 10 de abril de 2012. Nohorário de 09h às 12h e 14h às 17h, na secretaria da faculdade de ciências sociais.

Critérios de Seleção:
A seleção constará de 2 etapas: A primeira etapa constará de análise do Histórico Escolar,currículo, comprovante de matrícula, plano de trabalho, de acordo com osobjetivos propostos no projeto pretendido. A segunda etapa constará de uma entrevista com os estudantesaprovados na primeira etapa. A entrevista será realizada no dia 11/04/2012 apartir das 14:hrs.

Sobre o Azuelar
O Projeto “Diálogos em Cabana de Caboco – Intercâmbio acadêmico e cultural com o Projeto Azuelar do Instituto Nangetu em Belém-PA” é uma proposta de intervenção colaborativa da universidade nas atividades do Projeto Azuelar - projeto do InstitutoNangetu que está em funcionamento regular desde dezembro de 2005. A intolerância religiosa é o foco das ações do ProjetoAzuelar, e por conseguinte também é o foco do Projeto Diálogos em Cabana deCaboco.

Informações importantes:
Metas:
1.Realizar parceria com o Projeto Azuelar/ Instituto Nangetu– Ponto de Mídia Livre para:
1.1 Fortalecer as atividades doCineclube Nangetu;
1.2 Contribuir com os programasda rádio-janela através do fomento de debates sobre temas de interesse eabordagem desses temas com o referencial teórico das ciências humanas;
1.3 Contribuir com o referencialteórico antropológico para as produções culturais desenvolvidas no terreiro;
1.4 Contribuir com textos para oblog do Instituto Nangetu.
2.Realizar ciclo de diálogos entre o conhecimentotradicional de terreiros e o conhecimento acadêmico, envolvendo lideranças decomunidades de terreiros e pesquisadores universitários;
3.Produzir arquivo de entrevistas e relatos de experiênciasde vida e outras fontes de pesquisa sobre os povos tradicionais de terreiros;
4.Publicar ensaios, resumos, artigos e relatórios com asistematização do projeto.

Metodologia:
O projeto Diálogos em Cabana de Caboco – Intercâmbioacadêmico e cultural com o Projeto Azuelar do Instituto Nangetu em Belém-PA,adota a metodologia de transmissão de conhecimentos dos povos tradicionais deterreiros: o “fazer junto”, dividindo as responsabilidades e estabelecendoparcerias entre a universidade e a organização social.
A proposta é atuar como parceiros para fortalecer as açõesdesenvolvidas por um grupo social vulnerável que sofre com a intolerância àspráticas religiosas afro-amazônicas.
O projeto valoriza as ações protagonizadas pelo InstitutoNangetu e é dividido em duas frentes de trabalho:
A primeira é apoiar as atividades de mídia culturaldesenvolvidas pela comunidade do Mansu Nangetu através do Projeto Azuelar:
1. Participação nas reuniões do conselho editorial quedecidem sobre programação mensal de filmes e nas sessões regulares do“Cineclube Nangetu”. Nossa atuação é dialógica e visa colaborar na escolha detítulos das obras a exibir e intervir com o olhar acadêmico na discussão que ofilme vier a provocar; e
2. Colaborar nos programas mensais de duas horas de duraçãona Rádio-Janela Azuelar – participar dos programas como mediadores/debatedores/ provocadores, levando o conhecimento universitário pra os ouvintesdos debates propostos pela comunidade do Mansu Nangetu no programa experimentalde rádio que funciona na porta do terreiro;
A segunda é desenvolver ações que possam despertar acomunidade para possível ampliação das atividades do projeto por elesdesenvolvido.
1.      Realizar entrevistas (gravação de conversas emáudio e vídeo) com membros do terreiro de outras comunidades e recolher relatossobre as relações das pessoas da comunidade com a religiosidade afro-amazônicae os reflexos dessa religiosidade nas relações sociais, afetivas eprofissionais de cada um.
2.      Organizar esse material gravado para resultarem:
a) pequenas estórias de vidagravadas em áudio para veicular nos programas da rádio, em vídeo para produçõesde documentários audiovisuais, e em texto para o blog mantido pelo projeto, e
b) em fonte de informação para ospesquisadores da universidade; e
3.       Organizardois ciclos de debates (rodas de conversa), sendo um em cada semestre,colocando na "mesa" (ou na roda) uma liderança religiosa para debater(dialogar/conversar) com um pesquisador da academia sobre temas de interessecomum.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Sessão infantil animou o cineclube.

Foi uma sessão inusitada, aproveitando a presença dos netos de Mametu Deumbanda que vieram passar o fim de semana com a avó, exibimos o programa "Animações para crianças que todos gostam", da Programadora Brasil. E foi uma festa infantil, com as crianças comentando espontaneamente as estórias de cada animação que passva na tela e imitando as aventuras das personagens dos filmes.



"Chama Verequete", de Luiz Arnaldo Campos, no Cineclube Nangetu,

Será dia 5 de abril (quinta-feira) às 18:30, como parte do "Dia da saúde" no Mansu nangetu.

Cineclube Nangetu
Tv. Pirajá, 1194 - Marco (entre Duque de Caxias e 25 de setembro)
Informações: 32267599
entrada franca.

Cena do filme "Chama Verequete"
Chama Verequete
Direção: Luiz Arnaldo Campos e Rogério Pereira. Ano: 2002 Duração: 18min Classificação: Livre Cor Belém – PA
Sinopse: Chama Verequete é um documentário poético sobre o Vodun da música paraense, Mestre Verequete, que foi buscar seu nome artistíco no fundo dos terreiros do Tambor de Mina, um dos locais onde se materializa o sincretismo afro-caboclo-indígena, matriz da cultura amazônica. Chama Verequete é um filme conduzido pelas histórias e canções do Mestre, intercalado por intervenções ficcionais que documentam a luta do carimbó contra o preconceito e a discriminação, até a sua vitória final, com o reconhecimento público de sua condição de ritmo raiz do Pará.

Prêmio de Melhor Música no Festival de Gramado, Melhor Fotografia no Festival de Documentários de Santa Catarina, Melhor Fotografia de Curta Paraense no I Festival de Belém do Cinema Brasileiro, Melhor Curta Paraense no I Festival de Belém do Cinema Brasileiro e Menção Honrosa no Festival de Cinema de Curitiba.

Cineclube fará parte de programação de promoção da saúde.
A programação acontece no Mansu Nangetu das 16 as 19h do dia 5 de abril faz parte da Semana em comemoração ao dia 7 de abril - o DIA MUNDIAL DA SAÚDE - e é promovida pelo Movimento Popular de Saúde – MOPS-PA, com a participação do LESBIPARÁ e Instituto Nangetu.
Neste dia os convidados poderão fazer coleta de glicemia e verificação de pressão arterial, e ainda participar de conversas sobre prevenção de doenças e promoção da saúde e, claro, com tudo isso vem também a promoção do bem estar psicológico e social.
Ao final haverá uma sessão do cineclube especialmente pensado para discutir violência, intolerância e promoção da cultura de paz

Lideranças de Terreiros participaram do Fórum de Extensão da UFPA - diálogos com os movimentos sociais.



O Fórum de Diálogos da Pró-Reitoria de Extensão surgiu da necessidade de assegurar o intercâmbio permanente entre a Universidade e setores estratégicos da sociedade, para que desse diálogo resulte ações universitárias de intervenção e apoio às ações já desenvolvidas pelos movimentos e grupos sociais, assim como promover conhecimentos referentes às tecnologias existentes na universidade que possam ser absorvidas no cotidiano do trabalho e das organizações populares.
Estiveram presente as lideranças do MST, do Movimentos dos Atingidos pelas Barragens, Movimento Negro, Movimento de Mulheres Prostitutas, Lideranças comunitárias de bairro e lideranças de Terreiros de religiões afro-amazônicas.
Os professores da UFPA apresentaram uma mostra de projetos existentes que são desenvolvidos em bairros ou em comunidades específicas, e os impactos positivos que as intervenções universitárias tem proporcionado aos grupos sociais atendidos, indicando aos presentes que se interessaram pelas ações as formas de inserção naqueles projetos.
Mametu Nangetu e Táta Kinamboji representaram o Instituto Nangetu e a rede de cineclubes nos terreiros, e quando chegou o momento da universidade ouvir os movimentos sociais, falaram do contexto social das comunidades de terreiros e da situação de vulnerabilidade da população afro-religiosa – grupo social que sofre constantemente com racismo (inclusive o racismo institucional) expresso em atitudes de intolerância e repressão às praticas religiosas de origem na África Negra.
O pró-reitor, prof. Fernando Artur Neves, reconheceu a necessidade da universidade conhecer as singularidades de cada grupo social que se organiza em prol da luta por melhores condições de vida, e desse diálogo ficou acertada uma segunda conversa da UFPA com as lideranças de terreiros para que as comunidades de terreiro apresentem as suas pautas específicas para a Pró-reitoria de Extensão, e essa reunião deve acontecer em uma data próxima a 13 de maio, com organização do Instituto Nangetu.

Saúde nos terreiros - Mansu Nangetu oferece serviços de saúde no dia 5 de abril de 2012


A programação acontece no Mansu Nangetu das 16 as 19h do dia 5 de abril faz parte da Semana em comemoração ao dia 7 de abril - o DIA MUNDIAL DA SAÚDE  - e é promovida pelo Movimento Popular de Saúde – MOPS-PA, com a participação do LESBIPARÁ e Instituto Nangetu.
Neste dia os convidados poderão fazer coleta de glicemia e verificação de pressão arterial, e ainda participar de conversas sobre prevenção de doenças e promoção da saúde e, claro, com tudo isso vem também a promoção do bem estar psicológico e social.
Ao final haverá uma sessão do cineclube especialmente  pensado para discutir violência, intolerância e promoção da cultura de paz.

terça-feira, 27 de março de 2012

Filmes sobre Carmen Miranda e o universo artistico do início do séc. XX.

A principal discussão que o filme provocou foi o contexto de vidas dos artistas na primeira metadde do séc. XX, os efeitos nefastos que o sucesso rápido pode trazer.



segunda-feira, 19 de março de 2012

Nota sobre as matérias dos jornais O Liberal e Amazônia.

O 'Amazônia Jornal' e o Jornal 'O Liberal' publicaram em suas edições de hoje, 19/03/2012, matérias identificando o Instituto Nangetu como o organizador da caminhada de combate a intolerância religiosa que ocorreu ontem, dia 18 de março - Dia Municipal e Estadual da Umbanda e das Religiões Afro-brasileiras, e por termos sentido na interpretação do texto publicado nos dois jornais uma certa exclusividade de esforço da nossa organização para a realização da caminhada, nos sentimos na obrigação de dizer publicamente que:
1. Mametu Nangetu é fundadora e coordenou o INTECAB-PA durante quinze anos, sendo de 1994 a 2002 como vice-coordenadora e de 2003 a 2009 como coordenadora geral da entidade, portanto ela é reconhecida pela imprensa e pela sociedade como uma lideranca e referência das comunidades de terreros.
2. Compreendemos que pode existir mal entendidos entre aquilo que é dito e o que é compreendido pelo interlocutor, e por isso acreditamos que pode ter havido falha entre o que a repórter compreendeu daquilo que nós queríamos que ela compreendesse, e que portanto reconhecemos que parte da responsabilidade do que foi publicado também é nossa.
3. Para a realização de um evento desse porte é necessário e empenho de toda a diversidade de identidades das religiosidades afro-amazônicas em sua construção, E que foi apenas com o comprometimento de cada casa, de cada liderança de terreiro ali presente,  que foi possível reunirmos a multidão de afro-religiosos do Pará e dar visibilidade para as nossas lutas por cidadania.
4. Compartilhamos do entendimento que o INTECAB-PA é o organizador do evento, mas que essa organização e realização é compartilhada com todas as comunidades de terreiros, e que a realização do evento cabe a todas as comunidades de terreiros, inclusive ao Mansu Nangetu e ao Instituto Nangetu.
5. Enfim, gostaríamos que todos compreendessem que assim como as demais comunidades de terreiros de Belém nós também nos sentimos parte da organização desta caminhada, mas sabemos que apenas com a união de todos é que podemos conquistar políticas públicas afirmativas para os povos de terreiros, e QUE reconhecemos a importância de todos os envolvidos nesse processo que resultou no sucesso que foi a III CAMINHADA ESTADUAL PELA LIBERDADE RELIGIOSA FÉ E RESISTÊNCIA "CAMINHANDO A GENTE SE ENTENDE".




Marcha clama tolerância




Centenas de participantes caminham pelas ruas de Belém para pedir respeito às religiões de origem africana
Na manhã de ontem, foi realizada a "III Caminhada Estadual pela Liberdade Religiosa, Fé e Resistência - Caminhando a gente se entende", organizada pelo Instituto Nangetu com o apoio da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) e de alguns políticos. A concentração teve início às 9h, no Ver-o-Rio. De lá, os participantes saíram em direção à Praça da República. "O nosso objetivo é a quebra da intolerância, da discriminação, do racismo. Mostrar para a sociedade que nós somos de religião matriz africana e queremos respeito da sociedade", declarou Mametu Nangetu, do Instituto Nangetu, existente há 26 anos no Estado.
Ela destaca que existem 3.600 terreiros de macumba somente em Belém, conforme mapeamento feito pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). "As nossas dificuldades envolvem, principalmente, o poder público. Precisamos de cooperação para que essas comunidades tenham acesso às políticas públicas, porque elas ainda estão muito excluídas", disse.
Ontem, o dia foi ainda mais especial para as comunidades afro-religiosas do Estado, pois foi no dia 18 de março de 1981 que uma mulher tocou tambor pela primeira vez no Pará. Essa mulher era mãe Doca. "Ela sofreu muito nas mãos da polícia e a gente faz essa homenagem pela resistência dela", explicou Nangetu.
Existente há 16 anos no Brasil, o Instituto Nacional de Tradição Cultural Afro-Brasileira (Intecab) também coordenou a caminhada de ontem, que reuniu centenas de pessoas. No carro-som que seguiu os participantes até a Praça da República, uma faixa dizia: "Diga não à Discriminação. Intolerância religiosa também é crime. Denuncie". De acordo com Elder Fábio Câmara de Andrade, a caminhada reuniu lideranças Afro Religiosas de todo o Pará. "Essa caminhada faz parte de uma articulação nacional, resolvemos trazer ao Estado para fortalecer essa luta contra a discriminação religiosa", enfatizou.

Ações de mídia livre do Azuelar ganham apoio da UFPA em projeto de extensão do Prof. João Simões.


O Projeto “Diálogos em Cabana de Caboco – Intercâmbio acadêmico e cultural com o Projeto Azuelar do Instituto Nangetu em Belém-PA” é uma proposta de intervenção colaborativa da universidade nas atividades do Projeto Azuelar - projeto do Instituto Nangetu que está em funcionamento regular desde dezembro de 2005.

O professor João Simões acompanha as comunidades de terreiros em suas lutas por cidadania, na foto ele está em primeiro plano de camisa azul durante a caminhada de combate da intolerância religiosa de 2011.

Para o prof. João Simões, é preciso que a universidade se envolva mais nas iniciativas das comunidades de terreiros, organizados em identidade jurídica ou não, para potencializar as ações como esta e estabelecer intercâmbios culturais e acadêmicos através da colaboração dialógica entre a universidade e os Povos Tradicionais de Terreiros, e que este projeto pode proporcionar o interesse dos estudantes pelo estudo das comunidades de terreiros e estreitar os laços dessas comunidades com a universidade.
É a intolerância religiosa o foco das ações do Projeto Azuelar, e por conseguinte também é o foco do Projeto Diálogos em Cabana de Caboco. O projeto apresentado ao Edital PIBEX/ UFPA foi construído em parceria com a equipe do Projeto Azuelar e por pedido de Mametu Nangetu, o prof. João explica que é frequentador das ações do projeto, que sempre que ele pode ele vai aos debates, nos cortejos públicos e nas sessões de cineclube, e que foi num desses encontros que Táta Kinamboji propôs a construção de um projeto conjunto para firmar uma parceria institutcional com a Faculdade de Ciências Sociais/ IFCH – UFPA, e a oportunidade veio agora com a aprovação deste projeto de extensão.

Veja os detalhes da proposta:


Equipe pelo Instituto Nangetu atuante na parceria:
Mametu Nangetu
Táta Kinamboji
Táta Kasuleka
Táta Dianvula
Táta Kamelemba


Metas:
1.Realizar parceria com o Projeto Azuelar/ Instituto Nangetu – Ponto de Mídia Livre para:
  • Fortalecer as atividades do Cineclube Nangetu;
  • Contribuir com os programas da rádio-janela através do fomento de debates sobre temas de interesse e abordagem desses temas com o referencial teórico das ciências humanas;
  • Contribuir com o referencial teórico antropológico para as produções culturais desenvolvidas no terreiro;
  • Contribuir com textos para o blog do Instituto Nangetu.
2.Realizar ciclo de diálogos envolvendo lideranças de comunidades de terreiros e pesquisadores;
3.Produzir arquivo de entrevistas e relatos de experiências de vida e outras fontes de pesquisa sobre os povos tradicionais de terreiros de Belém;
4.Publicar ensaios, resumos, artigos e relatórios com a sistematização do projeto.


Metodologia:
O projeto Diálogos em Cabana de Caboco – Intercâmbio acadêmico e cultural com o Projeto Azuelar do Instituto Nangetu em Belém-PA, adota a metodologia de transmissão de conhecimentos dos povos tradicionais de terreiros: o “fazer junto”, dividindo as responsabilidades e estabelecendo parcerias entre a universidade e a organização social.
A proposta é atuar como parceiros para fortalecer as ações desenvolvidas por um grupo social vulnerável que sofre com a intolerância às práticas religiosas afro-amazônicas.
O projeto valoriza as ações protagonizada pelo Instituto Nangetu e é dividido em duas frentes de trabalho:
A primeira é apoiar as atividades de mídia cultural desenvolvidas pela comunidade do Mansu Nangetu através do Projeto Azuelar: 1. Participação nas reuniões do conselho editorial que decidem sobre programação mensal de filmes e nas sessões regulares do “Cineclube Nangetu”. Nossa atuação é dialógica e visa colaborar na escolha de títulos das obras a exibir e intervir com o olhar acadêmico na discussão que o filme vier a provocar; e 2. Colaborar nos programas mensais de duas horas de dração na Rádio-Janela Azuelar – participar dos programas como mediadores/ debatedores/ provocadores, levando o conhecimento universitário pra os ouvintes dos debates propostos pela comunidade do Mansu no programa experimental de rádio que funciona na porta do terreiro;
A segunda é desenvolver ações que possam despertar a comunidade para possível ampliação das atividades do projeto por eles desenvolvido.
1. Realizar entrevistas (gravação de conversas em áudio e vídeo) com membros do terreiro e recolher relatos sobre as relações das pessoas da comunidade com a religiosidade afro-amazônica e os reflexos dessa religiosidade nas relações sociais, afetivas e profissionais de cada um. A organização desse material resulta em: a) pequenas estórias de vida gravadas em áudio para veicular nos programas da rádio, em vídeo para produções de documentários audiovisuais, e em texto para o blog mantido pelo projeto, e b) em fonte de informação para os pesquisadores da universidade; e 2. Organização de dois ciclos de debates (rodas de conversa), sendo um em cada semestre, colocando na "mesa" (ou na roda) uma liderança religiosa para debater (dialogar/conversar) com um pesquisador da academia sobre temas de interesse comum.


Não há dificuldade intransponível quando se quer fazer parte da luta do noso povo.

Táta Kinamboji está com dificuldades de locomoção e não poderia fazer o esforço de andar pela extensão prevista para a caminhada "Fé e resistência", mas com o jogo solidário das comunidades de terreiros ele pode vir fotografando a caminhada sentado na trazeira do carro do Pai Junior, sacerdote do Ilê Ase Nagô Osoguiã e Yemonjá, terreiro de Mina Nago liderado por Babá Tayando.
O Instituto Nangetu agradece publicamente ao Pai Elder Fábio de Ogum, a Mãe Katia Hadad (INTECAB-PA), ao Pai Junior, ao Babá Tayando (ACAOÃ), ao Pai Orlando Bassu (ARCAXA), e a todos os irmãos que que nos minimos gestos colaboraram para que Táta Kinamboji pudesse participar conosco deste momento.





Fotos de Táta Kasuleka (Gianno Quintas) para o Projeto Azuelar/ Instituto Nangetu - Ponto de Mídia Livre.

domingo, 18 de março de 2012

Comite Inter-religioso do estado do Pará fez parte da caminhada "Fé e Resistência".

Sacerdotes e sacerdotizas dos mais diversos cultos, representantes de várias crenças que fazem parte do Comitê Inter-religioso do Estado do Pará, se juntaram às lideranças de comunidades tradicionais de terreiros na luta pela liberdade de culto e pelo respeito à diversidade religiosa.
A pastora luterana Cibele Kuss (foto) representou o Comitê Inter-religioso na abertura do evento. Também participaram pelo Comitê o padre Henrique Leconte (I. Católica Ap. Romana), Zé Caeté (Círculo Esotérico), o sacerdote Sridhara Dassa (Hare Krishna), Tony Vilhena (Metodista), Gilson Dias (Unipop/REJU), Dinaílson Benassuly (Ananda Marga), Mametu Nangetu, Pai Tayandô e Mametu Kátia Haddad, que é diretora social do INTECAB, entidade que organizou a caminhada em conjunto com as comunidades de terreiros.

Comunidades se mobilizam para participar da caminhada pela liberdade religiosa e em memória de Mãe Doca.

Identidade visual do Instituto Nangetu.

Já é tradição ver os estandartes do Instituto Nangetu aparecerem por sobre as cabeças da população nos cortejos e manifestações de povos tradicionais de terreiros, e atrás dele sempre estão os membros do Mansu.



Comunidade do Mansu Nangetu na caminhada Fé e Resistência de 2012.

Mas nesta terceira "Caminhada de combate a intolerância religiosa - Fé e Resistência", foram várias as organizações e tambeem as comunidades de terreiros que se empenharam em dar visibilidade para as atividades ou para as identidades da singularidades de cada terreiro.Elas levaram os signos de suas identidades e se organizaram em grupos em torno destes signos.
Vejam algumas fotos.

FEUCABEP - Federação Espírita, Umbandista e dos Cultos Afro-brasileiros.



Fundere Oyá Jokolosi.

Tenda de Umbanda Luz do oriente

Terreiro de Mina Estrela Guia


AFAIA - Associação dos Filhos e Amigos do Ile Axé Iya Omi Ofa Kare

Uma caminhada para a memória de Mãe Doca e pela resistência da fé de matriz africana na Amazônia.

Povos de terreiros em caminhada pelo centro de Belém.
A caminhada saiu do Ver-o-rio, onde deveria existir o Memorial dos Povos Negros.


Os povos tradicionais de terreiros afro-amazônicos da zona metropolitana de Belém deram um exemplo de mobilização política para festejar o Dia (estadual e municipal) da Umbanda e das Religiões Afro-brasileiras de Belém e do Estado do Pará, e as várias comunidades sairam em caminhada pelas ruas do centro da capital paraense chamando a atenção da população para a necessidade eminente de defesa das garantias constitucionais de direito ao credo e à liberdade religiosa.
A concentração foi no espaço “Ver-o-rio”, no Umarizal, local onde deveria funcionar o Conselho Municiapal de Negras e Negros de Belém e o Memorial dos Povos Negros que prevê abrigar equipamentos culturais e espaços para práticas de reiligiões afro-amazônicas. 

Mametu Nangetu (ao lado da pastora Cibele Kuss) saudou todas as nações afro-amazônicas e a diversidade de crenças.
Ainda nos primeiros momentos, Mametu Nangetu fez questão de celebrar a presença de lideranças de terreiros das sete nações que formam a diversidade de religiões afro-amazônicas nesta capital, e foi seguida por membros de várias outras crenças que compõem o Comitê Inter-religioso do Estado do Pará que em várias falas ressaltaram a importância do respeito à diversidade religiosa e denunciaram grupos fundamentalistas que se infiltram nas equipes dos governos de representantes do povo em cargo eletivo com intenções escusas de promoção da intolerância usando a maquina estatal para a imposição de crenças, ou de ganhos pessoais em esquemas de corrupção na administração pública. 

Pai Fábio de Ogum, coordenador do INTECAB-PA.

Pai Fábio de Ogum, coordenador estadual do INTECAB-PA e um dos organizadores da caminhada, iniciou então o cortejo cultural que saiu do Ver-o-rio contornando a área portuária em direção à Praça da República, tudo com a animação ao som o Grupo Batuque e da bateira da Escola de Samba 'Xodó da Nega' sob a batuta de Táta Edson Santana, percussionista e sacerdote do Rundembo Axé ti Jaciluango.

Edson Santana no comando da bateria do "Xodó da Nega" (Foto de Daniela Cordovil)

Gruopo Batuque e Bateria da Escola de Samba "Xodó da Nega" estavam sob a batuta de Edson Santana.


Foi então que no meio da Av. Presidente Vargas o sociólogo Domingos Conceição falou do inicio da construção do Memorial dos Povos Negros, projeto apresentado pelo Movimento Social Negro à prefeitura de Belém durante a gestão do prefeito Edmilson Rodrigues, e de como esse projeto foi abortado pela atual gestão de Duciomar Costa. Em seguida as Professoras Eleonor Palhano e Taíssa Tavernard de Luca apresentaram as ações que beneficiam os Povos Tradicionais de Terreiros dentro da UFPA e da UEPA, em especial Taíssa ressaltou que a pesquisa na área de antropologia urbana nas duas universidades se consolidaram pela pesquisa com as questões do “Povo de Santo”.

Domingos Conceição, sociólogo e militante, falou do memorial dos Povos Negros. (Foto de Daniela Cordovil)


Taíssa Tavernard de Luca falou em nome do GERMA/UEPA (foto Daniela Cordovil)

Por fim, Araceli Lemos, que é ex-deputada e a autora do projeto que propôs instituir o 18 de março como o dia da Umbanda e das Religiões Afro-Brasileiras e que depois de aprovado se tornou a Lei Estadual nº 6.639 de 14 de abril de 2004, falou como enfrentou os grupos fundamentalistas dentro da Assembléia Legislativa do Estado do Pará e disse que o fundamental para a aprovação desta Lei foi a mobilização dos Povos Tradicionais de Terreiros que se mantiveram em manifestações públicas durante todo o período de debate a votação para a aprovação da Lei.

Babá Edson Catendê e Afoxé Ita Lemi Sinavuru finalizou o cortejo.

Sob o comando do Bablorixá Edson Catendê, foi o Afoxé Italemi Sinavuru (considerado a voz dos afro-religiosos no carnaval paraense) quem fez a festa na chegada na área da Praça da República, rememorando os sucessos que cantam a afro-religiosidade em sambas dos nove desfiles do 'Bloco Afro do Pará', e neste ato político em celebração à memória de Mãe Doca o Ita Lemi Sinavuru não foi diferente e deu voz aos grupos marginalizados pelo poder constituído, abrindo o microfone do carro som do afoxé para a manifestação dos discursos de todas as lideranças de terreiros presentes que quiseram se manifestar. Ele dizia “Olorum não se baseia em diferenças, Olorum empoderou todas as lideranças de terreiros independente de gênero, de raça, de títulos universitários ou de classe social, e é por isso que o microfone e o carro som do Afoxé Italemi Sinavuru estão abertos à todas as lideranças de terreiros – aqui é microfone aberto!”


E com o Ita Lemi Sinavuru a manifestação não teve hora pra acabar.

Mametu Muagile (Mãe Beth de Bamburucema) foi a primeira a fazer uso da palavra conquistada, sendo seguida pelas lideranças da diversidade afro-religiosa do Pará.... E com cantigas de terreiros e discursos políticos de afirmação de identidades plurais, a manifestação prosseguiu pela tarde adentro preenchendo a praça da República de religiosidades afro-amazônicas.
Foi assim que Mãe Doca se fez presente no coração de cada um de nós.



Texto e fotos de Táta Kinamboji para o Projeto Azuelar/ Instituto Nangetu – Ponto de Mídia Livre.

álbum com mais fotos pode ser visto no link https://picasaweb.google.com/106068480372572074361/CaminhadaPelaLiberdadeReligiossa2012