sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Em memória de Zumbi dos Palmares, ou em nome do cinema consciente.

A tradicional Marcha da Consciência Negra não aconteceu neste ano de 2010, nem a Feira Cultural Preta do Estado do Pará em memória de Maristela Albuquerque (a Teteca).
Diferente dos anos anteriores, em 2010 as comemorações do Dia da Consciência Negra no  Pará aconteceram pelo esforço da militância e em várias frentes e eventos espalhados em diversos lugares, foram eventos em rede e aparentemente dispersos, porém foi assim que a militância não deixou que a data passasse despercebida em 'brancas nuvens'.
Em Belém podemos destacar o lançamento do livro dos 30 anos do CEDENPA, o projeto Árvores da Memória do GEAAM e AFAIA, a Festa de entrega do Troféu ItaZumbi na AFAIA, o aniversário do Grupo Conexão Feminina no Espaço Coisa de Preto, a Festa das Raças organizada pelo INTECAB-PA na Fundação Curro Velho, e o lançamento do Portal Olhos Negros, dentre outras atividades que se espalharam pela cidade no mês de novembro e dezembro.
O Instituto Nangetu participou dessa rede de eventos para perpetuar a memória de Zumbi com o apoio ao lançamento do Portal Olhos Negros , com a participação no debate sobre o filme Besouro, no Cineclube Belém Insular, e com extensa programação no Cineclube Nangetu, que é parte do Projeto Azuelar de comunicação social comunitária e experimental que vem sendo colocada em prátcia há cerca de cinco anos pela comunidade do Mansu Nangetu.
"As filhas do vento".
A proposta do cineclube não é somente 'democratizar' o acesso do público a produção audiovisual brasileira, mas também gerar debate e conhecimento sobre essa produção audiovisual e sobre o contexto socio-cultural que o cinema brasileiro aborda. Neste caso, a comissão editorial do projeto optou por exibir filmes com a imagem do negro e da negritude brasileria em sintonia com filmes produzidos por ou falando de, comunidades tradicionais e outros grupos minoritários em todos os contextos possíveis.
Bahia de todos os Santos
 As condições de vida das populações afro-brasileiras e de outras minorias foram a tônica  para a condução das conversas que aconteceram depois de cada sessão, potencializando discursos de resistência e incentivando a participação da comunidade para a luta da transformação em busca de uma sociedade mais justa.
Mametu Nangetu ressalta que a abertura do Mansu Nangetu, o seu Templo Afro-religioso, para o cinema brasileiro, proporcionou que o espaço passasse a ser frequentado por um público que até então via a comunidade apenas pela ótica da desconfiança causada pelo desconhecimento que causa a intolerância religiosa. Ela diz, por exemplo, que "os estudantes das três escolas daqui de perto passavam pela nossa porta, olhavam com curiosidade, alguns faziam o sinal da cruz e aceleravam o passo", e que com as sessões de cineclube "foi bem devagar que alguns deles venceram a barreira do preconceito até que entraram para ver os filmes", e conclui dizendo que "hoje eles já percebem que aqui temos profissionais de todas as áreas e até pedem ajuda para fazer seus trabalhos escolares".
Para a Comunidade do Mansu Nangetu da proximidade que o cinema proporciona pode vir a convivência e o respeito mútuo, o que nos soa como a garantia da cultura de paz.

Vídeos com registros de debates em rodas de conversas.

As filhas do vento











CINESAMBA


Programa Comunidades


Bahia de todos os santos.


Tera deu, terra come.




Cartola, música para os olhos.


O prisioneiro da grade de ferro.


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